terça-feira, 30 de abril de 2013
O lixo flutuante na Baía de Guanabara
Um dos cartões postais cariocas recebe média de 100 toneladas de detritos diariamente Reportagem: Emanuel Alencar Imagens: Custodio Coimbra Edição: Suzane Santos
Veja o vídeo:
http://oglobo.globo.com/videos/t/todos-os-videos/v/o-lixo-flutuante-na-baia-de-guanabara/2541076/
segunda-feira, 22 de abril de 2013
sábado, 20 de abril de 2013
UM RECADO DO INFERNO
Recebi na segunda um telefonema do pessoal que organiza o jornal “Bom Dia Brasil”, me solicitando informações bem como me convidando para participar de uma matéria sobre lixo na Baía de Guanabara.
De imediato aceitei, mas confesso que logo depois me veio aquela sensação de eterna repetição, isto é, mesmas imagens, mesmos resíduos, mesma tristeza, mesma irritação e quase que mesmo discurso da minha parte e da parte de lá do balcão.
Enfim, pensei, são milhões de pessoas vendo a situação no mínimo constrangedora e na verdade criminosa na qual a pobre baía continua chafurdada. Vale a pena mais uma matéria.
Cheguei no ponto de encontro cedo, no iate Clube do Rio de Janeiro, e aproveitei para tirar um cochilo enquanto aguardava os demais chegarem.
Muita conversa disso e daquilo e depois de algum tempo estávamos nas águas da Baía de Guanabara.
Devido à ressaca que se espalhava do Rio Grande do Sul ao estado do Espírito Santo, a água naquele dia realmente estava fora do padrão normal local, ou seja, limpa. Muita água entrando em maré de quadratura diluindo toda a imundície que escoa todo dia dos rios para dentro da cloaca da Guanabara.
Mas como se diz: “quem procura, acha”. E dessa forma navegando margeando a praia do Flamengo, aqui e acolá, se encontravam isoladamente, pedaços de madeira, plásticos, baldes, restos de automóveis e finalmente ao passarmos próximo à praça XV avistei o símbolo da degradação: o pneu.
Ele flutuava, subindo e descendo como um bêbado, solitariamente próximo ao movimento das barcas do trajeto Rio-Niterói. Imediatamente nos direcionamos para a imagem ícone da matéria, quando observei que além do pneu havia, talvez um recipiente branco preso no seu interior. Quando finalmente consegui colocar a mão no pneu e puxá-lo, a visão foi entristecedora. Não era um balde, mas sim um pequena tartaruga que provavelmente ao buscar algum alimento dentro do pneu acabou ficando presa e morreu afogada em sua armadilha fatal.
O que mais dizer? Aquela imagem dizia tudo sobre nossa irresponsabilidade, nossa impunidade, nossa realidade. A cidade do Rio de Janeiro e sua região metropolitana é uma colônia de exploração e de lá só se quer tirar o que se puder tirar. Esqueçam esse marketing publicitário de que “eu amo o Rio”. Ama é o cacete! Mija-se, caga-se nas ruas, joga-se lixo em todo canto, ocupa-se tudo de qualquer jeito, paga-se não se recebe e fica tudo por assim mesmo, principalmente quando o assunto é tratamento de esgoto. AMA É O CACETE!
Enfim, mais do que uma imagem impactante, aquilo que eu vi foi um “email”, recado diretamente vindo do inferno do fundo da Baía de Guanabara. Uns usam cartas, outros emails, o coisa ruim usou o pneu. Em seguida da retirada da tartaruga, o pneu afundou, lentamente para o fundo escuro da baía como se fosse a resposta do recebido, dado pelo mundo da superfície.
Hades ou o nome que queiram dar para o representante do lado sombrio da Força foi claro: “Continuem em sua trajetória genocida, pois eu os aguardo de braços abertos”.
E assim deixei o corpo do animal cheio de gases flutuando nas águas daquela baía que já foi considerada o paraíso na Terra.
Voltei para casa triste e com o amargo gosto de ter cumprido minha missão naquele dia.
Biólogo Mario Moscatelli / foto (crédito do André Trigueiro)
quinta-feira, 18 de abril de 2013
Poluição da Baía de Guanabara prejudica treinamento de velejadores
Leia na integra
A Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio garante que até 2016 será possível aumentar em 130% a quantidade de esgoto tratado na Baía.

A ressaca nas praias do Rio de Janeiroajudou a limpar a Baía de Guanabara. Ainda assim, os velejadores que treinam no mar para as Olimpíadas de 2016 se preocupam com a quantidade de lixo encontrada.
Rios de esgoto e muito lixo, a apenas três anos das Olimpíadas, no palco onde atletas do mundo inteiro disputarão várias provas de iatismo.
Thomas e Dante enfrentam dificuldades nas águas poluídas da Baía. Eles alcançam velocidade rapidamente, e é difícil se concentrar cercado de tanta beleza, mas os rastros de sujeira logo aparecem.
Pedaços de madeira se transformam em torpedos que podem causar estragos à embarcação.
“A gente já chegou a virar de frente, a gente estava indo em alta velocidade, e bateu em um objeto não identificado, e capotou para frente, porque foi a zero”, conta Thomas Lowbeer.
O biólogo Mário Moscatelli entra em ação. “Isso é pouco, tem televisão, cadeira, sofá, enfim, tudo o que você possa imaginar escoa dos rios para dentro da Baía de Guanabara”, afirma.
São muitas paradas, e o campeão das provas, o que mais dá é saco plástico. A viagem teve que ser interrompida várias vezes. “É fim de uma regata, isso não tem a menor dúvida”, afirma Moscatelli.
Animais morrem em 'emboscadas' causadas pelo lixo
Animais morrem em 'emboscadas' causadas pelo lixo

De longe, um pneu flutuando. De perto, uma imagem triste. “A tartaruga marinha deve ter ficado presa dentro do pneu, entrou no pneu, foi comer alguma coisa, e acabou ficando presa. Infelizmente é mais uma vítima”, diz o biólogo.
O lixo que ameaça as espécies marinhas constrange as equipes de vela que treinam na Baía. “É uma vergonha meio que anunciada, e a gente fica triste. Com a prancha vindo bem rápida, pegar um lixo grande, a pessoa sai voando, batendo no mastro, pode ser até perigoso”, diz o técnico Rodrigo Amado.
Ao final do treinamento, Thomas e Dante lembram que a maré de ressaca deixou as águas muito mais limpas do que o normal. “A água está muito limpa, apesar de tudo o que foi encontrado”, diz Dante.
A Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio garante que até 2016 será possível aumentar em 130% a quantidade de esgoto tratado na Baía.
Para o secretário estadual do Ambiente, é possível cumprir a meta de sanear 80% da Baía de Guanabara até 2016. “É possível, mas todos têm que contribuir. Os municípios não coletam lixo, não apóiam as cooperativas de catadores, e a população também. Os rios são a lata de lixo, e tudo que cai nos rios no entorno da Baía de Guanabara vai cair na Baía de Guanabara. Temos que ampliar as ecobarreiras, apoiar as cooperativas e mudar a educação ambiental do povo”, afirma Carlos Minc.
Restam três anos para que a baía - considerada um paraíso pelos velejadores, apesar da sujeira - deixe de ser um pesadelo ambiental
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segunda-feira, 15 de abril de 2013
No dia 01 de abril, a enseada de Botafogo esteve sob ataque direto da irresponsabilidade e certeza da impunidade do poder público. Milhares de metros cúbicos de esgoto lançados a partir dos rios Banana Podre e Berquó. Não se esqueça que essa região fez parte do Programa de Despoluição da Baía de Guanabara que consumiu UM BILHÃO DE DÓLARES para a felicidade de alguns e para nós moradores da “Cidade Maravilhosa” sobrou a merda de sempre. ATÉ QUANDO VAMOS CONTINUAR ACEITANDO QUE A CEDAE E CIA. NOS TRATE COMO OTÁRIOS PROMOVENDO O MAIOR ESTELIONATO AMBIENTAL DA CIDADE? ATÉ QUANDO VAMOS DEIXAR ESSE PESSOAL DESTRUIR AMBIENTALMENTE NOSSA CIDADE? ATÉ QUANDO?
Mais sofás, dezenas deles, com centenas de pneus e caixas dágua, decoram o sistema lagunar da baixada de Jacarepaguá em pleno século XXI na região que mais cresce na cidade do Rio de Janeiro. De fato não aprendemos nada com os descasos cometidos no século XX e continuamos nos aprimorando na arte da degradação. Pois é, depois não reclamem da resposta do “senhorio”.
O avanço prossegue e as consequências serão as mesmas de sempre. Desabamento, gente soterrada, desespero, imprensa, de quem é a culpa?, mortos, feridos, imagens de bombeiros, sem teto, políticos teoricamente preocupados, experts nisso e naquilo e mudança que é bom , NADA. Pois é, esse país e seus habitantes são assim mesmo. Vivendo de tragédia em tragédia, sem culpados e sem tomar vergonha na cara.
Inúmeros pontos de lançamento de resíduos de todos os tipos nas margens do arroio Fundo na cidade de Deus. A maior parte desse material vai parar dentro do arroio sendo carregado para a estação de tratamento do arroio Fundo e ou carregado para o sistema lagunar. Se não houver um trabalho operacional adequado pela COMLURB e um compromisso da população local, infelizmente vamos ficar secando gelo, ou melhor, tirando lixo indefinidamente do sistema lagunar.
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